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OLHAR UM PRÉDIO

 

Durante a semana, havíamos combinado: vamos olhar um prédio. Decidimos que seria em uma sexta-feira. O prédio não sabíamos qual seria. Marcamos de nos encontrar no centro da cidade. Um pouco antes das 14h, lá estávamos. O grupo compôs-se de cinco pessoas. Saímos caminhando lentamente: “qual prédio seria olhado?”. Sabíamos o que não queríamos olhar e isto bastou para andarmos em outra direção. A escolha não foi fácil, quase tudo interessa quando desviamos o olhar. Quando paramos para olhar o conhecido, mas nem tanto, o “quase tudo” é surpresa, “quase tudo” é novo. Diante de nós aquele prédio. Do novo olhar nasciam observações silenciosas e muitas perguntas. E do olhar alheio, daquele que passava a nos olhar, vinham outras tantas, entre elas: vocês não são daqui? Alguém vai se jogar do prédio? O que está acontecendo lá em cima? Aos poucos os passantes nos acompanhavam na tarefa da observação do prédio. Foi possível observarmos detalhes dos edifícios com os quais estamos familiarizados, mas que devido à correria do dia-a-dia não percebemos, como a fachada ornamentada com elementos referentes à cultura oriental e ocidental dialogando em perfeita harmonia, plantas crescendo em fachadas contrariando a arquitetura do concreto.

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