JANTAR – POR MILENE TAFRA
“Na noite de 18 de junho de 2013, terça-feira, diante da sala de cerâmica do Campus Central da UFRGS, foi hasteada, digo, estendida a toalhinha sobre a mesa, ateado fogo nas velas dos castiçais, e regada a vinagre a deliciosa salada de alface com tomates, que acompanhava os tacos, guacamole, vinagrete e carne moída. Os cúmplices Beto, Cláudia, Mabel, Marina, Milene e William sentaram-se nas almofadas dispostas sobre os bancos – tudo muito confortável e animado – para deliciarem-se, com muito estilo, em um jantar ao ar e comportamento livres, libertantes, libertários. Foi uma honra a ilustre companhia uns dos outros naquele local totalmente adequado, e sem qualquer regra legal que pudesse ser invocada para obstar a incursão ou inserção, como queiram, no lindo pátio que inspira múltiplos usos e desusos: uso como espaço de confraternização e diversão, desuso como passagem pura e distraída de carros ou pessoas. Tamanha foi a importância do evento intimista, descontraído e raro, que até mesmo São Pedro, depois de pingar umas gotas de chuva, deixou de atrapalhar, silenciando a respeito do tempo para admirar nossa alegria. Ninguém duvidou que aquilo tivesse nome: jantar (porque se não tem nome, talvez seja algo proibido). Assim se fazem ilustres jantares nesta Porto Alegre. Pode-se até dizer, jantares artísticos, talvez. É o que se apreendeu, embora nem houvesse qualquer pretensão.”