top of page

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Artes

 

Fernanda Lenzi Orientadora: Claudia Zanatta

 

Arte no campo social: O projeto Comunidade Território Ilhota.

 

 

 

O presente trabalho trata de uma pesquisa que se desenvolve no âmbito do grupo Poéticas da Participação, da Ufrgs, iniciada em 2015/2 e ainda em desenvolvimento. Será apresentado o projeto de arte Comunidade Território Ilhota, a metodologia utilizada para conceber e por em ação as propostas a ele pertinentes e as relações entre a arte pública participativa, a universidade e a comunidade. O projeto Comunidade Território Ilhota surgiu através de uma parceria entre a associação de moradores da Vila Renascença I, a ComunicArte, e o Grupo de pesquisa Poéticas da Participação. A origem da parceria se dá em meados de agosto de 2015 quando a líder comunitária Angélica Mirinha procurou a universidade buscando parceria e com o sonho de “transformar a vila em um jardim” através da criação de mosaicos e da atividade de plantio nos espaços cultiváveis nos arredores da vila e nas fachadas das casas. A partir dessa demanda, vinda do seio da comunidade, o grupo viu uma oportunidade de articular arte, cidade, público e universidade. O grupo Poéticas da Participação, que atua em três frentes de pesquisa principais – Cidadania e Arte, Campo e Arte e Plantadores – no âmibito da pesquisa em cidadania e arte, investiga processos em arte urbana participativa. Estuda o espaço urbano, como este se constitui, se normatiza e se normaliza. Busca poéticas que incluem o participante como um sujeito político com possibilidade de participação ativa no campo social. Uma pesquisa que tem como referenciais teóricos autores como Boaventura Santos e Michel de Certeau. Alinhados aos objetivos da pesquisa, nós, integrantes do grupo, passamos a conversar com o grupo ComunicArte, ouvir suas necessidades, propostas e desejos. Estudamos a história do lugar, o Território Ilhota, que se mostrou muito importante como memória afrodescendente da cidade e revela a dinâmica de urbanização da zona central de Porto Alegre com despejo de grande parte dos moradores da Ilhota para a distante região do bairro Restinga. Conhecemos a comunidade e o lugar que ela ocupa na cidade. Identificamos lutas atuais da comunidade como empoderamento feminino, fortalecimento cultural para conter o problema de drogas entre os moradores jovens, e a necessdade de conter o processo de gentrificação na região. Desde estas conversas, definimos conjuntamente um projeto que tem como objetivo principal o fortalecimento comunitário, que se dá através da realização de um programa de atividades entre oficinas, mutirões, rodas de conversa e chimarrão, além da realização de um documentário audio-visual que constituirá acervo da associação de moradores. As atividades são basicamente a instalação de mosaicos através de mutirões de criação, oficinas de cerâmica, plantio e instalação de jardins verticais e também oficinas de comunicação ambiental – estas articuladas pelos próprios moradores, que propõe o debate e a conscientização para os temáticas sociais e ambientais que a comunidade enfrenta. Articulação com órgãos da prefeitura de Porto Alegre também se mostram importantes, como o Atelier livre de Porto Alegre, que cedeu espaço para a realização de oficinas e encontros. O grupo, além das ações diretas na comunidade, reúne-se semanalmente na universidade para refletir sobre o processo, pesquisar fontes teóricas que amparem a prática, compartilhar os achados de campo, além de escrever e preparar material que documente a pesquisa.

bottom of page